VÍDEO: Conheça tudo sobre o assassinato de Bruno Ernesto, que Ricardo Coutinho responde como réu

No dia 7 de setembro de 2012, a Paraíba foi surpreendida por um dos crimes mais brutais registrados no Estado: o assassinato do jovem Bruno Ernesto. O caso foi tratado, inicialmente, pela polícia como latrocínio, num inquérito policial realizado em tempo recorde e seis pessoas foram sentenciadas. Mas, dada as circunstâncias do crime, desde o princípio, foram suscitadas dúvidas sobre a possibilidade de execução.

E por que execução e queima de arquivo? Primeiro, a urgência para a conclusão do inquérito, um fato inusitado para este tipo de crime. Segundo, a perícia policial sequer verificou a quem pertenciam a arma e das munições utilizadas no assassinato. Depois, todos os pertences de Bruno Ernesto foram recuperados pela polícia, à exceção do seu notebook. Onde, coincidentemente, estavam todas as informações do Jampa Digital colhidas por Bruno Ernesto.

E o Jampa, como se sabe, foi um dos maiores escândalos ocorridos, nos últimos tempos, na Paraíba. Pela ousadia como o ilícito foi cometido. Pela afronta ao cidadão, que tentou acessar a Internet pelo Jampa e nunca conseguiu. E pelo uso intenso de um programa, durante a campanha eleitoral de 2010, pelo então candidato Ricardo Coutinho, como se fosse uma façanha tecnológica que iria levar pra todo Estado.

Jampa e crime – No último dia 12 de fevereiro de 2019, Inês revelou, no programa Intrometidos que, poucos dias antes do crime, Bruno teria prestado um BO (Boletim de Ocorrência), denunciando ter encontrado graves irregularidades no programa Jampa Digital, como superfaturamento e desvio de dinheiro público.

Disse Inês: “Ele (Bruno) chegou a falar comigo, estava muito aflito com o que tinha descoberto, e para não compactuar com as irregularidades, me disse que iria prestar um BO. Eu fiquei aflita e pedi pra ele não fazer, coisa de mãe. Mas, dias depois um policial disse à família que ele tinha feito o BO, só que esse BO sumiu depois do crime.”

Suas declarações parecem associar, definitivamente, o escândalo do Jampa Digital com o assassinato de seu filho.

Arma e munições – As armas só foram identificadas graças a uma investigação paralela realizada pelos pais de Bruno, como sendo dois revólveres marca Taurus (da Companhia Brasileira de Cartuchos), com numeração ND95941 e1180890. Também se descobriu que as munições usadas no crime foram de calibre 38 tipo SPL + P de marca CBC Hollow Point (dumdum) com o seguinte numeração de lote “AHQouO92”. Também foi elucidado que as armas e as munições foram adquiridas pelo governo do Estado.

O crime – Quando foi assassinado, Bruno Ernesto era diretor de Infraestrutura e Suporte da Prefeitura de João Pessoa, por isso sua inevitável associação com o escândalo do Jampa Digital, já que ele era um dos coordenadores do programa que, dois anos depois, foi escândalo nacional, com uma extensa reportagem do Fantástico (Rede Globo). Mais em https://goo.gl/q8u8Jd.

Naquela noite de fevereiro, por volta das 19h, Bruno foi sequestrado pela quadrilha próximo à sua residência, no bairro dos Bancários, colocado na mala do próprio carro (um Corsa Sedan) e levado a uma área deserta da Zona Sul. Após se apropriarem de seus bens, inclusive um notebook, ele foi assassinado com um tiro na nuca, mesmo pedindo para não ser morto. Revelação de um dos criminosos.

Também restou comprovado que eles sabiam de toda a rotina de Bruno, antes de executar o plano. Tinham, como se suspeitou, informações privilegiadas sobre seu trajeto.

Eles foram presos, quando dirigiam o carro por um bairro de João Pessoa. Segundo o inquérito, concluído poucos meses depois, o caso foi de latrocínio. Os sete foram julgados e condenados, com pena máxima. E o caso foi dado como encerrado.

Mistério  – O Inquérito 1200, que tramitada no Superior Tribunal de Justiça, tendo como relator o ministro Félix Fischer tinha um mistério, que acaba de ser revelado. No inquérito, o então governador Ricardo Coutinho, peticionou nos autos (processo nº 2017/0211846-5), através do advogado Sheyner Asfóra, em 12 de setembro de 2017. Não se sabia a razão.

Mistério desfeito – Agora, se sabe, conforme está nos autos do processo nº 0002760-72.2019.815.2002, que Ricardo Coutinho peticionou no inquérito, por está na condição de investigado. E, agora, tornou-se réu, e deverá ser julgado pelo 2º Tribunal do Júri, em João Pessoa. Os autos do processo desceram para a Paraíba, depois que Ricardo Coutinho perdeu o foro privilegiado, ao deixar o governo do Estado em 31 de dezembro de 2018.

Execução – O tiro na nuca, para a Polícia, é sinal de execução. Às vezes, por encomenda. Em entrevista à Imprensa, alguns bandidos chegaram a admitir terem sido contratados para realizar “o serviço”.

CONFIRA O VÍDEO DA REPORTAGEM…

Helder Moura

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