ÁUDIO: Ex-presidiário Ricardo Coutinho e delator negociam compra de votos de conselheiros do TCE

Um novo trecho dos diálogos mantidos entre ex-líder da Cruz Vermelha, Daniel Gomes, e o ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), que integram os autos da denúncia que compõe a Operação Calvário, tornou-se público nesta segunda-feira (3).

No áudio gravado por volta de novembro de 2017, o empresário revela ao socialista como negociou a compra de votos de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), com o intuito de se aprovar as contas do Governo do Estado.

De acordo com Daniel Gomes, o ex-procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, era o responsável pela negociação, que envolveu diretamente o conselheiro afastado Arthur Cunha Lima e o advogado Diogo Mariz. Ele cita ainda os conselheiros Nominando Diniz e a difícil relação com Fernando Catão.

Ainda segundo Daniel Gomes, foi firmando um contrato mensal com o escritório de Diogo Mariz, sob a influência de Arthur Cunha Lima, com pagamento total no valor de Mais de R$ 200 mil. O valor seria o suposto “pagamento” do acordo para o voto favorável do conselheiro a aprovação das contas.

Ele também cita problemas na condução da negociação com Nominando Diniz, devido a outro problema que não seria dinheiro, mas a “vaidade” e “ego” do conselheiro do TCE-PB.

Leia a reprodução do diálogo:

Daniel Gomes:
“No TCE agora, a princípio, as coisas estão mais calmas, e o Arthur prometeu que aprova as nossas contas agora o mês que vem, no início de Dezembro”.

Ricardo Coutinho:
“…é, eles vão é acho que levar para o próximo ano [Eleitoral]. Todos alí têm parentes candidatos. Arthur tem um filho, todos, então é um…”

Daniel Gomes:
“É… Mas, Arthur a gente fez um contrato com ele, com um advogado que ele indicou lá ao Gilberto [Carneiro] que está 100% a par disso. O Gilberto é que está conduzindo”.

Ricardo Coutinho:
“É bom saber porque…”

Daniel Gomes:
“… [inaudível] cobrou R$ 200 poucos mil. Não tem jeito. É melhor a gente aceitar isso. Falei para o Gilberto, ‘estou com medo de entrar no ano que vem e a gente sem estar com as contas de 2012 prontas’. Na realidade as de 2012 são as mais importantes, porque ela baliza os outros anos. Se eu aprovo 12, 13, 14, 15, os conceitos… eles reclamam as mesmas coisas…”

Ricardo Coutinho:
“E ele garante, né?”

Daniel Gomes:
“Ele garante que vai aprovar tudo. E, esse valor é aprovando 100%. Caso tiver alguma imputação qualquer, abate desse valor. Mas, ele pegou e fez um contrato com o advogado Diogo Mariz, bom advogado, estou até gostando do trabalho dele de dia a dia. Está indo bem. Ele fez um contrato com a gente lá, contrato de mensal. E, o Nominando [Diniz] é aquela incógnita. Gilberto está tentando para ver se consegue fazer uma coisa para 13, 14 e 15. Aí me livrei de TCE”.

Ricardo Coutinho:
“Eu agora peguei uma briga com um filha da puta lá, vou foder ele… (sic)

Daniel Gomes:
“Com o [Fernando] Catão? É, mas o Catão passou dos limites, passou dos limites…”

Ricardo Coutinho:
“Ele escondeu o nome de um denunciante, botou só o número, e com a procuradora lá, Sheila, fez lá para ele ser o relator dessa denúncia contra o Empreender [Paraíba]. O denunciante é o genro dele. Ele não pode. Ele teria que se declarar impedido”.

Daniel Gomes:
“Claro. Mas, ali é passional, complemente passional”.

Ricardo Coutinho:
“Bem, agora vou com certeza vou denunciar aqui e lá, vou…

Daniel Gomes:
“Catão não tem jeito”.

Ricardo Coutinho:
“Tem não”.

Daniel Gomes:
“Acho que o Nominando o problema é outro, é mais a vaidade, acho que é ego. Não sei nem se é dinheiro. Acho que é vaidade…”

Ricardo Coutinho:
“É… é vaidade…”

Daniel Gomes:
“Mas, enfim, vai resolver…”

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