Coordenador das operações que prenderam Berg Lima e Ricardo Coutinho faz um desabafo: “Neste país só quem não pode pagar, fica preso”

O promotor Octávio Paulo Neto tem feito história à frente do GAECO, grupo do Ministério Público responsável por investigar e combater a corrupção. Nos últimos anos, sob seu comando, a sociedade começou a confiar novamente nas instituições que combatem a corrupção na Paraíba.

Coordenador de diversas operações, entre elas as que prenderam Berg Lima com dinheiro na cueca, e Ricardo Coutinho na operação Juízo Final, Octávio fez um desabafo nas redes sociais:

“Um retrato, recorte , sobre o labirintar lúdico processual… Neste país só quem não pode pagar, fica preso ….. Pior são os pseudos filosofos e suas alegorias narrativas que tentam justificar os maiores absurdos processuais sob a alegação do pleno exercício de um direito… como se não existisse direito a segurança… a vida … ao patrimônio e principalmente ao futuro… Enquanto isso a corrupção apodrece todos os alicerces de nosso país… consome nossa esperança…. Enquanto isso poucos se refestelam e gracejam”.

A indignação de Octávio Paulo Neto é mais do que justa, mas não é só dele, é de toda a população que não aguenta mais ver parte do judiciário enxugando gelo. Berg Lima, por exemplo, foi preso em flagrante com dinheiro na cueca e voltou para a prefeitura. E aí eu pergunto, cadê o princípio constitucional da moralidade administrativa? Porque um prefeito que foi preso com dinheiro na cueca não tem moral para continuar no cargo.

O caso do ex-governador Ricardo Coutinho é tão aberrante quanto. Acusado de comandar uma organização criminosa que roubou mais de R$ 130 milhões apenas da Saúde em 8 anos, RC não passou sequer dois dias preso, foi salvo por uma estranha liminar do ministro Napoelão Nunes, do STJ.

Por que um político que é considerado o chefe da ORCRIM, gravado cobrando propina, continua solto, e os demais membros da organização criminosa presos? Nada justifica. É apenas o Brasil sendo Brasil.

 

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