Muitos chegaram a classificar o ex-governador Ricardo Coutinho como sendo o Sérgio Cabral da Paraíba. Para quem não sabe, Sérgio Cabral é ex-governador do Rio de Janeiro e já foi condenado a mais de 100 anos de prisão por saquear seu estado.
Especulações à parte, coube ao GAECO confirmar que Ricardo Coutinho é sim o nosso Sérgio Cabral. Talvez ele seja pior, porque se proporcionalizar as cifras da corrupção, o montante daqui será bem maior, uma vez que o orçamento da Paraíba é infinitamente menor que o do Rio.
Um dos trechos mais reveladores no despacho do desembargador Ricardo Vital indica que o ex-governador Ricardo Coutinho chegou a tratar, por telefone, com Daniel Gomes da Silva, cabeça da organização criminosa no Rio de Janeiro, e que revela, então, um repasse individual de R$ 380 mil para o ex-governador. O diálogo foi flagrado num grampo autorizado pela Justiça, que ainda sugere que as vantagens indevidas recebidas pelo ex-governador poderiam somar o montante de R$ 30 milhões no período de cinco anos.
Na conversa, Ricardo trata com Daniel do pagamento das propinas mensais da Cruz Vermelha gaúcha, que gerenciava o Hospital de Trauma, e falam até de um resíduo de R$ 200 a R$ 300 mil que deveria ser repassado pessoalmente ao ex-governador, como forma de ajustar e fechar as contas.
Há ainda o pagamento de propinas de recursos do Hospital Metropolitano de Santa Rita, entre agosto e novembro de 2017. Noutro trecho, há também um diálogo em que Ricardo Coutinho cobra um repasse de R$ 800 mil, relativo às obras do Hospital.
Confira:
