João Pessoa caminha para mais uma eleição em dois turnos

Uma das poucas certezas que temos sobre a eleição para a prefeitura de João Pessoa é que ela será decidida em dois turnos. Após a redemocratização do país, apenas nos anos de 2000, 2004, 2008 e 2016, a disputa foi decidida no 1° turno.

Um detalhe chama atenção, todos os prefeitos de João Pessoa foram reeleitos; Cícero Lucena, Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo. Antes destes, a legislação eleitoral proibia a reeleição para o executivo.

São muitos os fatores que, a preço de hoje, tendem a levar a eleição para o 2° turno. A ascensão da extrema-direita bolsonarista é uma delas, e a votação expressiva do comunicador Nilvan Ferreira para o governo, em 2022, leva a crer que o bolsonarismo vai abocanhar uma parte considerável do eleitorado, não a ponto de chegar ao 2° turno.

Porém, o voto bolsonarista tende a se dividir entre as candidaturas de Nilvan, sem apoio de Bolsonaro, e o ex-ministro Queiroga, pré-candidato oficial do PL.

Outra força importante é o PT, que deverá ter a deputada Cida Ramos ou o ex-prefeito Luciano Cartaxo disputando a eleição. Cida já tentou a prefeitura em 2016, o que lhe garantiu um recall relevante no eleitorado da capital.

Prefeito por 8 anos, Cartaxo fez uma gestão acima da média e consolidou seu nome na política pessoense, no entanto, a sofrida votação para deputado estadual levanta dúvidas sobre seu real potencial de votos. Além disso, Luciano Cartaxo não conta um um grupo político e tem a má-fama de que não cumpre acordos.

O deputado federal Ruy Carneiro, que ficou fora do 2° turno, em 2020, por menos de mil votos, vem consolidando através do seu mandato um reposicionamento de imagem que lhe coloca, hoje, entre os favoritos. Ruy tem conseguido dialogar com setores mais progressistas da sociedade, facilitando sua penetração no eleitorado mais jovem e de centro-esquerda.

Ruy também tem focado seu mandato na área da saúde, ponto fraco de toda gestão pública.

Por fim, mas não menos importante, o prefeito Cícero Lucena conta com o favoritismo inerente a praticamente todo gestor que disputa a reeleição.

A aliança com o governador João Azevedo, se mantida, consolida ainda mais o favoritismo de Cícero, uma vez que as duas ‘máquinas’ juntas já se mostraram decisivas.

A gestão de João Azevedo também vive outro momento em João Pessoa, com mais obras e sem as turbulências da pandemia e a tragédia do governo Bolsonaro.

Assim como em 2020, tudo indica que teremos outra eleição apertada, e com o eleitorado dividido em 4 ou 5 candidaturas.

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