Pedro não pode ter medo de defender os governos de Cássio

Tem sido constrangedoras as entrevistas de Pedro Cunha Lima, pré-candidato do PSDB ao governo. Nas duas últimas que acompanhei, o tucano sempre se esquiva de defender o legado dos governos de Cássio. Está mais escorregadio que Luciano Cartaxo, o único político que consegue dar uma hora de entrevista sem efetivamente responder nada.

Talvez Pedro não saiba, mas o Centro de Convenções de João Pessoa foi projetado e licitado no governo de seu pai. Pedro era novo, mas não era nenhuma criança, e certamente ele se lembra do Boa Nova, maior programa de saneamento básico da Paraíba.

Também tem a autonomia da UEPB, concursos públicos, isenção dos mutuários da Cehap, saneamento das contas (ou bomba) herdadas do governo de Maranhão, permitindo que o Estado voltasse a fazer empréstimos; como o que garantiu a construção de centenas de estradas em toda a Paraíba, entre outros. Mas como não tenho procuração para defender o governo de Cássio, paro por aqui. Isso é papel de filho.

E por falar em filho, alguém tem que lembrar a Pedro que ele não é apenas o filho de Cássio. É o sucessor de um grupo político que governou a Paraíba várias vezes.

Pedro não pode se furtar, quando questionado, de defender o legado de Cássio. Até porque ele tem uma dupla missão.

E se hoje Pedro é deputado federal e pré-candidato ao governo, é porque este grupo pavimentou sua trajetória politica. E não o acaso. É a fortuna, como diria Maquiavel.

A estratégia de Pedro está correta pela metade; ele representa um ideal e quer ser reconhecido pelas suas ideias de renovação. Mas a associação da sua imagem aos governos de Cássio é intrínseca, e fugir do debate não ajuda em nada.

Logo, se esquivar da defesa do legado desses governos é medo ou covardia.

E se for estratégia, é burrice. A continuar assim, passará vergonha nas urnas.

A questão é que o próprio ex-governador Cássio também negligencou a defesa do seu legado. E foi justamente aí que o ex-presidiário Ricardo Coutinho deitou e rolou na campanha de 2014, impondo a sua narrativa mentirosa.

O problema, então, pode ser genético…

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