Se Flávio José não se apresenta na festa do Peão de Barretos, muito menos numa rave, por que o nosso São João ainda banca Alok e sertanejos?

A falta de respeito com Flávio José, no São João de Campina Grande, tem que servir de reflexão para os nossos gestores e produtores de eventos. Chegou a hora de valorizar o nosso forró, seja de plástico ou pé-de-serra, mas que seja forró!

São João é uma festa tradicional, logo, não cabe música eletrônica – como fez a prefeitura de Bananeiras contratando Alok, nem o sertanejo pop de Gustavo Lima, Luan Santana e cia.

E aqui não é uma questão de gosto musical, porque gosto muito de música eletrônica e de alguns sertanejos. O que está em jogo é a valorização de uma das maiores festas populares do país, que a cada ano que passa vem perdendo as suas raízes.

O que fez do São João de Campina Grande o maior do mundo não foram os sertanejos, mas a tradição de uma festa que é símbolo do Nordeste e representa a cultura de toda uma região, e que só perde para o Carnaval em tamanho.

Então por que não valorizar nossa tradição?

A indústria cultural passa o ano inteiro empurrando sertanejo e seus derivados goela abaixo, seja na publicidade ou na grande mídia, então nada mais justo do que garantir o precioso espaço do São João para valorizar a nossa música.

A lógica é simples, se Flávio José não se apresenta na festa do Peão de Barretos, muito menos numa rave, por que o nosso São João ainda banca Alok e sertanejos?

De que adiante aprovar leis tornando do forró patrimônio imaterial da Paraíba se as nossas festas de São João privilegiam sertanejos com cachês estratosféricos?

Precisamos de uma mudança de mentalidade, urgente! Que tal fazer do São João uma festa para valorizar exclusivamente a música nordestina? Parece óbvio, né…

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