Damares usa caso do esgoto da extrema direita para criar pânico moral

O relato da senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) sobre supostos abusos sexuais de crianças no Pará pode ter saído de teorias conspiratórias da extrema direita, segundo o comentarista do UOL News Joel Pinheiro.

Em entrevista à Rádio Bandeirantes hoje, Damares disse que as denúncias “a gente ouve nas ruas, na fronteira”, sem especificar qual região fronteiriça. “Eu tenho uma suspeita. A Damares não ouviu essa história escabrosa nas ruas de Marajó”, disse Joel. “Isso surgiu de redes da internet de extrema direita que buscam espalhar o pânico moral na população.”

Segundo o jornalista, Damares usou a história para propagar a ideologia pregada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

“É uma ideologia extremista que busca divulgar e promover a histeria com os casos mais escabrosos possíveis, muitas vezes sem evidência nenhuma”, afirmou o comentarista.

Para Joel, Damares não quer admitir que a denúncia é falsa, pois irá mostrar que não foi uma “ministra séria”. A senadora eleita chefiou a pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos (MDH) no governo Bolsonaro.

“Não acredito que essas histórias específicas sobre Marajó irão aparecer em nenhum relato ou denúncia sérios. Acredito que vamos descobrir que isso veio da rede de esgoto online das fake news extremistas que são do bolsonarismo, mas não só dele, são de uma extrema direita mundial que se utiliza das mesmas práticas”, disse.

Em participação no UOL News, o colunista Leonardo Sakamoto também repercutiu o caso da ex-ministra Damares Alves.

“Essa história, do jeito que está colocada, só piora. Uma ministra que recebe informações nas ruas de que crianças estão tendo os seus dentes arrancados para fazer sexo oral deveria ter colocado alguém para investigar”, disse o jornalista.

“É fato que a exploração sexual de crianças e adolescentes existe e é forte na região Norte”, acrescentou. “Então, a pergunta é: por que ela não informou [sobre os supostos crimes]? Se ouviu, ela tinha que ter movido algo. Se não moveu, a ministra passou pano para bandido.”

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