Governo Bolsonaro contrata empresa investigada na Operação Calvário por suspeita de pagar propina de R$ 1,8 milhão

O Ministério da Educação contratou empresa investigada na operação Calvário por supostamente pagamento de propina no valor de R$ 1,8 milhão. A Brink Mobil foi contratada para fornecer kits escolares

Conforme reportagem do Estadão, mesmo informados sobre a investigação contra a empresa, representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao ministério, responsáveis pela contratação, decidiram manter o negócio.

Na denúncia apresentada pelo Ministério Público à Justiça, a empresa fornecia, inicialmente, material de robótica e kit de material escolar e, posteriormente, passou a fornecer laboratórios. “A referida empresa, desde o início da relação negocial com o Estado da Paraíba, informou disposição de entregar vantagens financeiras indevidas aos agentes públicos, porém, o repasse deveria ocorrer em Curitiba/PR, onde a empresa tinha logística bancária para sacar os valores”, diz trecho da denúncia.

Pelo menos cerca de R$ 1,8 milhão foi transportado em voos fretados, disse o MPPB.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez uma série de vídeos sobre os kits escolares vendidos pela Brink nesta semana. Nas filmagens, divulgadas pelas redes sociais, o ministro pede a seus seguidores que pressionem prefeitos a buscarem ajuda de deputados federais a fim de conseguir mais recursos para comprar o produto em seu município.

O contrato com a Brink, que pode chegar a R$ 406 milhões, foi assinado em novembro de 2019, quando a Operação Calvário, da PF, já estava em curso.

A operação Calvário denunciou esquema criminoso instalado na gestão do ex-governador Ricardo Coutinho suspeito de desviar R$ 134 milhões em recursos públicos através de contratos com organizações sociais.

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