Ruy, Raoni, Anísio e Nilvan vencem debate da TV Arapuan; Edilma mostrou conteúdo, mas errou na forma

O primeiro debate entre os candidatos a prefeito de João Pessoa, realizado pela TV Arapuan, foi muito bem organizado, como se diz no popular, ‘padrão Globo’. O ponto negativo do debate foi a quantidade de participantes, que criou lapsos no embate entre as candidaturas que realmente disputam de fato. Mas em relação a isso não há o que se fazer. A condução do jornalista Luis Torres também é merecedora de aplausos.

Os mais eloquentes foram Ruy Carneiro (PSDB), Raoni Mendes (DEM), Nilvan Ferreira (MDB) e Anísio Maia. Edilma Freira (PV), candidata de Cartaxo, mostrou domínio no conteúdo, fez uma boa apresentação inicial, mas errou na forma acelerada e pouco eloquente do discurso no decorrer do debate. Também titubeou algumas vezes ao defender a gestão e comeu alguns plurais.

Ruy mostrou boa presença de TV, persuasão e domínio de vários temas, principalmente da saúde, quando resgatou seu trabalho pelo hospital Napoleão Laureano e propôs um mutirão para zerar as filas de exames e cirurgias. Foi um dos poucos a respeitar o cronômetro e conseguiu passar uma imagem de confiança.

Raoni também foi muito eloquente, mostrou conteúdo e não vacilou na hora de apresentar suas ideias e criticar a gestão municipal, principalmente a obra da Lagoa, mas estava sisudo demais e pode ter passado uma imagem antipática ao eleitor.

Comunicador experiente, Nilvan Ferreira fez o dever de casa, mas poderia ter sido mais objetivo em algumas respostas e na apresentação inicial. Mas mostrou que tem conteúdo e foi bem persuasivo ao apresentar suas propostas e se apresentar como um candidato das comunidades.

A dicção não ajudou Wallber Virgolino, mas se saiu bem no tema corrupção e na defesa dos empresários prejudicados pela pandemia. Foi incisivo ao criticar o ‘toma lá, dá cá’ na política, mas escorregou feio e ao tentar expressar que ‘o combate à corrupção tem que ser praticado, não apenas falado’. O delegado disse: “a corrupção tem que ser praticada, não apenas falada”. Torço para que não tenha sido um ato falho, um lapso freudiano.

Fundador do PT e militante em várias frentes desde a Revolução de 30, Anísio Maia foi meio duro na sua apresentação, mas logo se soltou e fez um discurso resgatando os feitos da era Lula, e foi quem melhor se expressou na linguagem do povão, propondo uma gestão popular e voltada ao trabalhador.

Mais experiente em debates, Cícero se saiu bem, mas não empolgou. Seu legado é antigo e não foi fácil resgatá-lo, focou muito no lixão do Róger e vacilou na hora de se defender das críticas sobre a política habitacional das suas gestões.

O candidato do PSOL, Pablo Honorato, foi o pior de todos. Não tirou a máscara na hora de falar e apresentou um discurso panfletário, com conteúdo restrito e muito confuso. Deu até saudades de Tárcio Pessoa.

Vereador por vários mandatos, João Almeida fez um bom debate, mas errou ao chamar Edilma Freire para debater educação, uma área bem avaliada e que ela domina bem.

No geral, o debate foi péssimo para a gestão do prefeito Luciano Cartaxo, que apanhou de todos os lados. O que já era esperado, pois estavam presentes 9 candidatos da oposição.

Ricardo Coutinho foi escanteado e a Operação Calvário mal foi mencionada.

Os ‘esqueletos’ dos candidatos também não foram tirados do armário. Ainda não.

 

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